Situações do cotidiano, por mais simples que pareçam, podem gerar prejuízos relevantes. Em alguns casos, esses prejuízos podem ser analisados sob a ótica jurídica e, quando cabível, resultar em pedidos de indenização.

No entanto, para que haja responsabilização e reparação, é necessário compreender o que de fato pode ser indenizável e, sobretudo, demonstrar o ocorrido de forma adequada.

O que pode ser indenizável?

De forma geral, a indenização é a reparação por um dano causado por alguém a outra pessoa. Esse dano pode ser de ordem material, moral, estética ou ainda envolver lucros cessantes, quando há a perda de uma oportunidade de ganho em razão do prejuízo sofrido.

Alguns exemplos de situações que podem ser analisadas juridicamente:

  • Danos causados por companhias aéreas, como perda de conexão, extravio de bagagem e ausência de suporte ao passageiro;
  • Conflitos nas relações de trabalho, como assédio moral, acidentes por omissão da empresa ou demissão irregular;
  • Uso indevido de imagem ou dados pessoais, sem autorização ou finalidade legítima;
  • Atos que geram exposição pública, constrangimento ou violação de direitos da personalidade;
  • Erros em contratos de prestação de serviço, compras não entregues, cobranças indevidas, entre outros.

A importância de produzir provas

Um ponto essencial — e que muitas pessoas desconhecem — é que não basta ter razão: é preciso provar o que aconteceu.

A legislação exige que o pedido de indenização esteja fundamentado em três elementos principais:

  • A existência do dano (prejuízo sofrido)
  • A responsabilidade da outra parte
  • A ligação entre o dano e a conduta da parte contrária

Por isso, registrar situações desde o início — por meio de fotos, e-mails, mensagens, gravações (quando legalmente válidas), contratos ou qualquer outro documento — é o que possibilita o exercício efetivo do direito à reparação.

Esse cuidado deve ser adotado antes mesmo de surgir o conflito, pois a ausência de provas pode inviabilizar o pedido, mesmo quando há dano real.

É sempre necessário acionar a Justiça?

Nem toda situação que pode gerar indenização exige, necessariamente, um processo judicial.

Em muitos casos, a simples apresentação das provas e uma boa orientação jurídica permitem resolver o impasse por meio extrajudicial — como notificações, acordos ou mediação.

Contudo, quando não há solução voluntária ou o caso exige medidas mais estruturadas, a via judicial pode ser a alternativa mais adequada.

A análise de uma possível indenização depende de diversos fatores: o contexto dos fatos, o tipo de dano, a conduta da outra parte e, principalmente, as provas reunidas.

Adotar uma postura preventiva, registrando os fatos desde o início e buscando orientação jurídica quando necessário, pode fazer toda a diferença entre a frustração e a efetiva reparação.